Daniel Jorge
A poesia faz a gente ver a vida de forma diferente, mesmo enfrentando tudo e todos.
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Católico mimado?
Como cristãos batizados, fazemos parte de uma Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica. É Una, por que possui um único Senhor, uma só fé, um só batismo; forma um só corpo movido por um só Espírito. É uma Igreja Santa não por si mesma, pois só Deus é Santo. Mas pelo “sim” de homens e mulheres que professam sua fé em Jesus Cristo, que anunciam o Evangelho e dão testemunho dele com a própria vida.

É Católica por que o Deus único acolhe a todos sem distinção. Ele deseja encontrar cada um dos seus filhos independente de onde esteja e em que condições estejam e conduzi-los à Salvação. É Apostólica por que desde o inicio Jesus chama e reúne os discípulos para que o acompanhe, escute o que diz e vejam o que Ele faz. “O apóstolo é "o enviado" e fala com a autoridade de quem o envia”, diz o Catecismo.

Ao fazer uma leitura do que é a Igreja Católica como presença viva de Deus no meio do povo, é impossível ficar indiferente. É impossível ignorar o fato de que Cristo é o centro da Igreja. Somos parte de uma Igreja que não se envergonha ao dizer que “é santa e pecadora”. É Santa por providência de Deus e é pecadora por contar com a ação do ser humano que é infinitamente limitado, mas que quando escuta o chamado de Deus, busca incansavelmente a santidade.

Analisando as ações pastorais nas paróquias fica a sensação de que o Cristo vem aos poucos sendo substituído pelas vaidades pessoais. Podemos ver, por exemplo: na relação entre católicos que vão a Missa, recebem a Eucaristia, e ainda, participam de pastorais, mas basta o seu irmão dizer alguma coisa que não lhe agrada que se afasta imediatamente daquela pastoral, daquele grupo.

O que é que Cristo nos ensina? “Ame ao Senhor seu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma, e com todo o seu entendimento. Ame ao seu próximo como a si mesmo”, (MT 22, 37-39). E para sepultar a indiferença Jesus nos ensinou a perdoar.  E é interessante observar que Ele nos ensinou sobre o perdão com a própria vida.  “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que estão fazendo!”, (LC 23,34). Essa afirmação de Jesus assegura que como filhos e filhas de Deus é o mínimo que podemos fazer ao sentir-se ofendido ou ameaçado por um irmão, que seja da comunidade ou não.

É possível observar ainda aquele católico que é envolvido em todas as atividades pastorais da paróquia, mas se sentir que algo esta ameaçando sua permanência a frente das atividades, afirma imediatamente: “se mexer comigo, vou para Igreja Evangélica. Vou ser crente”. Eu pergunto: o único lugar que o ser humano pode ser crente é na Igreja Evangélica? O único lugar que você pode transformar positivamente a sua vida espiritual, social e familiar é numa Igreja Evangélica? Que garantia você tem de que a Igreja Evangélica é melhor ou pior que a Igreja Católica?  

Se você possui esse tipo de pensamento eu lhe desafio a conhecer primeiro a Igreja que você faz parte. Não tenha vergonha de conhecer as qualidades e os defeitos de sua igreja. Depois olhe para você mesmo e se pergunte: sou digno de fazer parte dessa igreja? Minhas atitudes têm contribuído, com a ação evangelizadora da igreja que digo pertencer? Eu tenho promovido a comunhão dentro da minha comunidade? Jesus Cristo tem sido realmente a minha referência cristã? Depois de conhecer a igreja que pertence e avaliar sua consciência, ai sim, você pode decidir o rumo que quer tomar. É melhor ter maturidade e tomar uma decisão acertada do que ser um católico mimado e chantagista.

Há também aquele católico que vem inclusive de família tradicional, que nasceu e cresceu os dentes na igreja. Ele possui a santidade no sangue, mas tem um, porém, faz questão de escolher o padre ideal para sua paróquia, aquele que contemple todas as suas expectativas pessoais. Se o padre não corresponde às expectativas é imediatamente hostilizado. Aquele que se diz católica deixa de ir à missa, de participar da pastoral, de trabalhar na festa do padroeiro etc.

Por outro lado, se o padre atender todas as projeções, triste do bispo que propor transferi-lo para outra paróquia. É confusão na certa!  Mas afinal, o que lhe motiva ir a missa é o padre ou a pessoa de Jesus Cristo? Se realmente é Jesus Cristo, por que você fica indiferente quando o padre não corresponde suas expectativas pessoais? Considerando o fato de que Jesus é o centro da Igreja, e é também o único motivo que te leva à missa, por que você protesta tanto quando o seu pároco é transferido? Será que a sua comunidade é melhor do que a do outro?

Sabe, a conclusão que chego é que enquanto católicos como dizemos por ai, inda somos muito superficiais. Possuímos um discurso belíssimo, mas não passa de palavras soltas ao vento. Dizemos que amamos a Deus, mas na maioria das vezes nem amamos a nos mesmos. Pregamos que é certo fazer caridade, mas não nos permitimos tal atitude. Afirmamos que falta paz no mundo, no país, no estado, na cidade, em nossa rua, mas esquecemos de promover a paz dentro de nós, da nossa casa, da nossa comunidade.

É possível reafirma que somos parte de uma geração de católicos mimados, alienados com aquilo que nos oferecem prazer, desprovido muitas vezes do amor próprio, e o pior, preso numa zona de conforto, que descaracteriza o projeto de salvação de Cristo e conseqüentemente o verdadeiro sentido cristã. O padre Zezinho nos lembra que é preciso ter uma paz inquieta. Imagino que essa inquietação nos leva continuamente a busca pelo conhecimento. E Jesus nos diz: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, (JO 8,32). Então, o que você esta esperando?
Daniel Jorge
Enviado por Daniel Jorge em 16/01/2014
Alterado em 08/01/2018
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