Qual a situação da família cristã contemporânea e o que podemos fazer para ajudá-la?
A família tem sido alvo nos últimos anos de inúmeras correntes que desejam a todo custo destruí-la. As justificativas para tal ato são as mais loucas possíveis. Uns afirmam que a família é uma organização de onde brota toda opressão do mundo; outros dizem que ela está ultrapassada, por isso precisa mudar, aderindo a novos conceitos de família; e há aqueles que sabem o seu valor, mas que nada fazem para defendê-la. Todos a conduzem para um único caminho: a destruição. O interessante é que não conseguem prevê como vai ser um mundo sem famílias, sem essa joia preciosa a que o Santo Papa São João Paulo II chama de “célula da humanidade”.
Para compreendermos e dar o verdadeiro sentido e valor a instituição família, precisamos abrir mão dos nossos conceitos contemporâneos e recorrer aos ensinamentos que a Igreja nos apresenta em seus documentos ao longo da historia da humanidade. Para acender algumas luzes que nos apontam as conquistas e os desafios da família atual, vamos ao Diretório da Pastoral Familiar, produzido pela Igreja Católica do Brasil e acessível a todas as pessoas de boa vontade que tenham interesse de abraçar a causa da família.
Inicialmente, já vamos perceber que “a Igreja está profundamente convencida de que só à luz do Evangelho encontra plena realização a esperança que o ser humano põe legitimamente no matrimônio e na família”. Diz o diretório: “uma vez que a família desempenha uma função concreta e fundamental no meio da sociedade, é preciso conhecer a situação em que o matrimônio e a família se encontram hoje”. A partir do discernimento do valor que o matrimônio e a família possuem, vamos perceber que “por um lado existe uma consciência mais viva de liberdade pessoal e maior atenção à qualidade das relações interpessoais no matrimônio”.
É importante destacar ainda, que existe neste contexto “à promoção da dignidade da mulher, à procriação responsável, à educação dos filhos, a consciência da necessidade de que se desenvolvam relações entre as famílias por uma ajuda reciproca espiritual e material, a descoberta da missão eclesial própria da família e da sua responsabilidade na construção de uma sociedade mais justa”. São sinais que nos animam e nos desafiam a ampliar essas iniciativas em nossos lares. Precisamos despertar o valor divino da família em nossa casa, reconhecendo que Deus é o autor dessa obra maravilhosa, e que nós somos apenas colaboradores na existência da humanidade.
Por outro lado, é oportuno destacar os sinais de degradação que influenciam o nosso cotidiano, que atinge o seio da família. É cada vez mais evidente “uma errada concepção teórica e prática da independência dos cônjuges entre si; as graves ambiguidades acerca da relação de autoridade entre pais e filhos; as dificuldades concretas que a família muitas vezes experimenta na transmissão dos valores; o numero crescente de divórcios; a praga do aborto; o recurso cada vez mais frequente à esterilização; a instauração de uma verdadeira e própria mentalidade contraceptiva”. São sinais preocupantes que precisam ser encarados, sem medo, tendo sempre como fundamento os valores evangélicos, insubstituíveis na existência da família.
Citações retiradas do Diretório da Pastoral Familiar, nº 12, 13, 14 e 16.
Daniel Jorge
Enviado por Daniel Jorge em 14/01/2017
Alterado em 16/01/2017