O mal da pornografia e da masturbação na vida do ser humano
O século XXI trouxe consigo, malefícios que exige do ser humano, especialmente, a partir da adolescência, a capacidade de assimilar o que realmente importa e deve ser cultivado na vida. Neste artigo, pretendo abordar, considerando o aspecto informativo, um tema que, embora, afete diretamente adolescentes, jovens e adultos, é pouco trabalhado, seja na família, igreja e até nas instituições educacionais. Trata-se do mal da pornografia e da masturbação. Já adianto que, o tema não será abordado no campo da moral e nem da espiritualidade, mesmo reconhecendo que fomos feitos para amar, e que este mal está amputando essa nossa capacidade. As afirmações feitas aqui se fundamentam na Neurociência.
A Neurociência é a parte da ciência que descreve o estudo do sistema nervoso central tais como suas estruturas, funções, mecanismos moleculares, aspectos fisiológicos e compreender doenças do sistema nervoso. Descobertas feitas nos últimos 10 anos por neurocientistas mostram, que a pornografia é capaz de produzir dependência tanto quanto as drogas. É isso mesmo, a pornografia altera o cérebro humano, tornando-o dependente. Por isso, o discernimento entre pornografia e sexo é tão necessário. As descobertas apontam, que tanto a pornografia como a masturbação são práticas historicamente masculina. No entanto, as estatísticas mostram que cada vez mais as mulheres fazem uso da pornografia.
Pesquisa feita em 2015 apontou que as mulheres brasileiras ao lado das mulheres Filipinas, ocupam o 1º lugar em uma lista de consumo de conteúdo erótico no mundo. Por sua vez, a revista americana The Week e o site francês Stimuli Curieux et Insolites publicaram as seguintes estatísticas: 12% dos sites que existem na internet são pornográficos; 25% das pesquisas em ferramentas de busca envolvem sexo; 89% de toda a pornografia da internet é criada nos EUA; 70% dos homens com idades entre 18 e 24 anos visitam sites pornôs ao menos uma vez por mês; 1 em cada 4 pessoas que entram em sites pornôs é mulher e concluíram afirmando que a indústria pornográfica movimenta, no mundo, US$ 97 bilhões todos os anos.
Novas descobertas
Os especialistas explicam que as alterações cerebrais são sutis, por isso, as descobertas só foram possíveis nos últimos anos. E elas foram realizadas através de tomografias computadorizadas. De acordo com os pesquisadores, o cérebro de uma pessoa que consome pornografia e se masturba é igual ao de uma pessoa usuária de drogas. Isso significa dizer, que o cérebro humano diante da pornografia, reage da mesma forma que o cérebro de um viciado em drogas. Eles explicam que o cérebro humano é feito para sobrevivência e reage em um circuito de recompensa.
Cada vez que se consome um alimento, visualiza uma paisagem, encontra um amigo, escuta uma música, assiste a um filme o cérebro humano joga uma carga de dopamina, proporcionando um grau de satisfação naquele momento. Da mesma forma, quando se consome droga ou visualiza uma imagem ou vídeo pornográfico, o cérebro faz o mesmo procedimento. A diferença é que tanto no caso da droga, como da pornografia a carga de dopamina é infinitamente maior. E isso leva a um grau de satisfação extraordinário. Então, a pessoa quer repetir a dose. E é nesse repetir a dose, que ela percebe que não atinge mais o mesmo pico de satisfação. Por isso, o viciado em droga passa a consumir mais e mais, da mesma forma que o viciado em pornografia.
Consequências
Conforme os pesquisadores, ao receber as constantes doses de dopamina, o cérebro começa a fechar os receptores. Esta defesa do cérebro leva o usuário, nas duas circunstancias, a consumir cada vez mais, na utópica pretensão de atingir o pico de satisfação inicial. As consequências dessa escolha se materializam no dia a dia do dependente na forma de estresse, ansiedade, depressão etc. E por que isso acontece? Porque as relações familiares, as conversas entre amigos, o trabalho, por ter uma baixa dose de dopamina, já não produzem a satisfação que a pornografia e a masturbação conseguem produzir, provocando assim, isolamento e em alguns casos, suicídios.
Muitos desses adolescentes, jovens e adultos vão a psicólogos, psiquiatras e dificilmente são perguntados se eles possuem ou não a prática da pornografia e da masturbação. Outro fator relevante, é que dificilmente se encontra na literatura brasileira, livro em português, que diga ao menos, que a pornografia e a masturbação causam adicção (dependência). A boa notícia em meio a este cenário nebuloso, é que o ser humano possui algo chamado plasticidade neuronal, ou seja, a capacidade do cérebro em desenvolver novas conexões entre os neurônios a partir da experiência e do comportamento do indivíduo. É um caminho difícil para o viciado, no entanto, é possível sim, ser percorrido.
Ao concluir, devo recordar que o ser humano não foi feito para o vício e sim para o amor. O ser humano foi feito para viver em sintonia com o outro, e não na solidão de frente para um computador ou celular. Infelizmente, numa tentativa inútil para consolar o coração dos adictos, é escutada uma voz que diz ser normal a prática da pornografia e da masturbação. E essa “normalidade” é justificada pelo fato de todos a praticarem. Faço minhas as palavras do padre Paulo Ricardo quando diz: “o contrário do amor não é o ódio, mas o fato de usar uma pessoa como objeto”. É exatamente isso que a pornografia e a masturbação faz, torna a pessoa apenas um objeto.