Daniel Jorge
A poesia faz a gente ver a vida de forma diferente, mesmo enfrentando tudo e todos.
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Textos

Chegamos com mais uma obra que tem muito a nos dizer sobre a vivência católica, especialmente, por se tratar de um livro que teve um grande impacto na história da Igreja. Podemos nos perguntar: por que este livro foi importante e que efeitos ele produziu na história da Igreja? Para responder a estas duas perguntas, é necessário conhecermos, o testemunho de vida de Santo Antão e Santo Atanásio. Ambos tiveram contribuições decisivas nesse período histórico da Igreja. É, certamente, um convite a avaliarmos nossos conceitos de cristãos católicos, para que possamos agir conscientes da necessidade de sermos testemunhas vivas de Nosso Senhor Jesus Cristo.

OBRA

O livro Vida de Santo Antão foi escrito por Santo Atanásio de Alexandria. Alguns biógrafos acreditam que tenha sido escrito entre os anos 356 e 362. Outros, porém, defendem que ele tenha escrito no retorno do último exílio que aconteceu no ano de 366. Independente do período em que foi escrito, é possível presumir que a finalidade do livro “Vida de Santo Antão”, tenha sido naquele momento, mais do que um tratado de espiritualidade, um modelo digno de imitação para os monges.

Mesmo assim, Santo Atanásio consegue mostrar que a santidade ou a perfeição cristã, animada pelo espírito e refletida nas figuras bíblicas (especialmente, João Batista, Nosso Senhor Jesus Cristo, os Apóstolos), e nos Mártires da Igreja, continuava ao alcance de todos. Ele percebeu que podia mudar o quadro externo, onde no primeiro momento os grandes santos eram todos, com exceção do apóstolo João, martirizado, agora, Santo Antão inaugura uma nova fase para viver a santidade – a contemplação. E esse estilo de vida, é um caminho indispensável para os que desejam ter um encontro pessoal com o Cristo.   

ESTRUTURA

Esta edição publicada neste ano de 2019, pela (Minha Biblioteca Católica), possuem 172 páginas, e contém na parte final do livro, a Conferência I de São João Cassiano sobre a Virtude Monástica. O livro Vida de Santo Antão, está subdivido, além da apresentação, em sete capítulos e conclui-se com o epílogo. Já a Conferência I de São João Cassiano divide-se em 23 pequenos capítulos, tendo por abordagem central os mais variados temas relacionados às virtudes. A este respeito a Conferencia sentencia: “o fim da nossa profissão, como já dissemos, é o Reino de Deus, ou o Reino dos Céus; a nossa meta, isto é, o nosso escopo, é a pureza de coração, sem a qual é impossível alguém chegar àquele fim”.

CONTEXTO

Numa tentativa de contextualizar toda a narrativa descrita no livro, e respondermos em partes os questionamentos feitos no inicio desta publicação, que versam sobre a importância e os efeitos desta obra na história da Igreja, precisamos conhecer, mesmo que resumidamente, quem foi Santo Antão. Não se trata de uma biografia do santo, apresentamos apenas alguns dos acontecimentos que marcaram sua trajetória de vida e o seu testemunho cristão.

Santo Antão nasceu entre o ano 250 e 260 no Egito. Filho de camponeses abastados, Antão, tinha uma irmã. Com a morte dos pais, já contando entre 18 e 20 anos o jovem Antão escuta durante a missa uma homilia do bispo sobre a passagem do jovem rico. Após a missa ele procura o bispo e faz as mesmas perguntas do jovem do evangelho. E o bispo, repetindo as palavras de Jesus, respondeu: “Se você quer ser perfeito, vá, venda tudo o que tem, dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu”, Mt 19,21. Foi exatamente isso, que o santo fez. Vendeu tudo, distribuiu aos pobres, reservando apenas uma parte, que por direito pertencia a sua irmã.

Após esta decisão, santo Antão vai para o deserto e ali fica durante 20 anos. É importante notar aqui, que ele não vai ao deserto para ser santo, pois a exemplo do jovem do evangelho, ele já era santo. A ida de Antão ao deserto é para ver Deus, encontrar com Cristo. Durante a permanência no deserto, Santo Antão, esporadicamente, visitava os católicos nas minas de pedras, principalmente, aqueles que se encontravam presos aguardando o martírio. Vale ressaltar, que ser católico naquela época era um crime contra o império e o imperador. Mesmo assim, ele se lançava ao encontro dos cristãos que padeciam sob a força do império.

Nesta fase do cristianismo, ser um grande santo era ser um mártir. E Santo Antão não tinha medo de ir ao encontro do martírio. Como foi dito, anteriormente, ele fazia isso, confirmando os cristãos na fé, sobretudo, aqueles que estavam prestes a dá suas vidas por amor e fidelidade a Jesus Cristo. Acontece que a partir do século IV, por volta do ano 300 a 310, houve uma redução nas perseguições aos cristãos. Assim, no ano 313 foi promulgado o Édito de Milão, onde o Império Romano se colocava numa posição neutra, acabando oficialmente com a perseguição aos cristãos.
 

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Daniel Jorge
Enviado por Daniel Jorge em 25/05/2020
Alterado em 10/01/2023
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