Daniel Jorge
A poesia faz a gente ver a vida de forma diferente, mesmo enfrentando tudo e todos.
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Ah, Dom Expedito Lopes, uma terra onde a política nunca cansa de nos surpreender! Depois de quase 16 anos, o Boca Preta, enfim, ressurgiu das cinzas e quebrou seu jejum eleitoral. Claro, tudo isso graças a uma "aliança estratégica" com seus antigos rivais, os Rabo Fino. Quem diria, não é mesmo? Tudo para derrubar um inimigo em comum, o famoso Guaxinim, que até então reinava absoluto. Parece até roteiro de filme de espionagem, onde os espiões rivais se unem para derrotar um vilão que de repente ficou poderoso demais.

 

A união entre Renata Belo, herdeira do clã Rabo Fino, e Abimael Lima, representante da velha guarda do Boca Preta, foi uma surpresa para muitos. Imagina só, dois grupos que, por décadas, fizeram questão de demonstrar suas divergências, agora se juntando para uma "missão de resgate" do município! Parece que o Guaxinim, liderado pelo incansável Valmir Barbosa, conseguiu a proeza de fazer os antigos rivais se enxergarem como irmãos de batalha. É quase comovente. Mas, sejamos francos, quem disse que alianças feitas em tempos de guerra são construídas para durar em tempos de paz?

 

O que começou com um desentendimento em 2016, quando o então prefeito Alecxo Belo, numa atitude que deixou seu tio José Belo sem chão, ao decidir apoiar a candidatura de Dona Ivete, esposa do então líder Boca Preta Agenor Lima, resultou em uma reviravolta daquelas. Após o caos que se instaurou, José Belo (em saudosa memória), meio desamparado, resolveu apoiar o novato Valmir Barbosa. Com uma diferença de apenas dois votos — sim, DOIS votos! —, o tal novato conseguiu a vitória e tornou-se o prefeito de Dom Expedito Lopes. Dizem que até hoje há quem faça piada com os dois eleitores que "decidiram" a eleição naquela época. Ah, a democracia...

 

Mas, claro, a vitória de Valmir Barbosa não veio sem turbulências. Ao assumir a prefeitura e criar a sua própria ala, a do Guaxinim, Valmir Barbosa teve de lidar com a pressão de algumas figuras insatisfeitas do Rabo Fino. Durante quatro longos anos, a guerra fria entre executivo e legislativo foi digna de uma temporada inteira de "House of Cards". No entanto, Valmir Barbosa, resiliente, segurou firme e se reelegeu em 2020, mesmo com a oposição ganhando força. Ele até ampliou a votação para 190 de diferença, uma proeza que certamente deve ter rendido noites de sono inquieto a seus rivais.

 

A história, contudo, deu uma guinada ainda mais drástica quando, em meio a disputas judiciais, Valmir Barbosa teve seu mandato suspenso pela justiça, forçando a convocação de eleições suplementares. Mas, como em todo bom roteiro, uma liminar de última hora colocou Valmir Barbosa de volta ao cargo, frustrando todos os planos da oposição e, é claro, deixando o pessoal do Rabo Fino à beira de um ataque de nervos. E quem pode culpá-los? Afinal, nem nas novelas mais emocionantes a reviravolta é tão repentina.

 

Diante desse cenário imprevisível, Renata Belo e Abimael Lima decidiram que era hora de enterrar o machado de guerra (ou, ao menos, escondê-lo debaixo do tapete) e firmar um pacto histórico. Uma chapa mista foi lançada, unindo os velhos adversários numa tentativa de derrotar o Guaxinim de uma vez por todas. A estratégia deu certo: E assim, venceram com uma diferença de 371 votos sobre Gilvá Ramos, candidato da ala Guaxinim, que, aliás, é cunhado da esposa do atual prefeito Valmir Barbosa. Assim, Abimael Lima e Renata Belo agora têm a missão de comandar a cidade. É o tipo de união que faz os eleitores se perguntarem: será que vai dar certo? E quanto tempo vai durar essa lua de mel?

 

É claro que agora, com a vitória nas mãos, todos desejam uma gestão harmoniosa e eficiente, que cumpra as promessas de campanha e faça a diferença para o povo de Dom Expedito Lopes. Mas, convenhamos, a política tem suas peculiaridades. Renata e Abimael prometeram mudanças, progresso, um novo estilo de governar. Fica a dúvida: será que vão conseguir manter essa parceria sólida quando os interesses começarem a se cruzar de forma mais intensa? Será que o sonho de uma cidade mais unida vai sobreviver aos embates naturais do poder?

 

Enquanto esperamos para ver como essa história vai se desenrolar, há quem diga que essa aliança Boca Preta/Rabo Fino é um sinal de que uma nova geração de políticos está surgindo, mais preocupada com o bem comum do que com as velhas rixas. Sim, é um pensamento esperançoso. Mas, sejamos realistas, a história recente nos ensinou que promessas de campanha são bonitas no palanque e desafiadoras na prática. Em quatro anos, quem sabe, poderemos avaliar de fato se o que vimos agora foi o início de uma nova era ou apenas mais um capítulo de uma longa saga de intrigas e reviravoltas.

 

E falando em reviravoltas, vale lembrar o show de judicialização que tem marcado a política em Dom Expedito Lopes. Ah, se as disputas nos tribunais valessem pontos, Dom Expedito Lopes já estaria na primeira divisão do campeonato! É de se admirar o quanto se investe em batalhas jurídicas, enquanto o verdadeiro campo de batalha — a cidade e suas necessidades — muitas vezes fica em segundo plano. Quem sabe, com essa nova composição, as lideranças decidam focar mais em políticas públicas do que em advogados?

 

Por fim, fica aqui um desejo sincero de que Abimael Lima e Renata Belo consigam entregar o que prometeram. Que Valmir Barbosa siga com sua trajetória, sendo um exemplo de persistência e, porque não dizer, de habilidade em lidar com adversidades. Afinal, no mundo da política, quem sobrevive às tempestades merece, no mínimo, uma salva de palmas. Mas, atenção, caros eleitores de Dom Expedito Lopes: a festa da vitória é sempre mais empolgante do que a realidade da gestão. É chegada a hora de acompanhar, cobrar e avaliar.

 

E, quem sabe, torcer para que esta seja, de fato, uma virada na história do município, com menos tribunais e mais progresso. Porque, no fim das contas, todos queremos o mesmo: que a cidade avance, que as diferenças sejam superadas, e que, por favor, Dom Expedito Lopes não volte a cair no abismo do atraso. Ah, e que Deus abençoe a todos, porque até mesmo na política um pouco de fé é sempre bem-vindo.

 

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Daniel Jorge
Enviado por Daniel Jorge em 07/10/2024
Alterado em 07/10/2024
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