Daniel Jorge
A poesia faz a gente ver a vida de forma diferente, mesmo enfrentando tudo e todos.
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Então, o tentador se aproximou e disse a Jesus: “Se tu és Filho de Deus, manda que essas pedras se tornem pães”! Mas Jesus respondeu: “A Escritura diz: ‘Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus’,” Mateus 4, 3 – 4.
 
Na manhã de sábado, dia 29 de setembro de 2018, tomei ciência de um artigo publicado no site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, de autoria de Dom Reginaldo Andrietta, bispo de Jales – SP, cujo titulo é: “Votar com lucidez”. Confesso que achei o titulo bem sugestivo, por isso, decidi acessar e ler a publicação. As informações contidas no texto não me deixaram surpreso, apenas permitiram-me constatar a superficialidade do debate politico nas terras brasileiras. Por essa razão, decidi, embora não sendo nenhum “especialista” no assunto, fazer um contra ponto às alegações do senhor bispo Dom Reginaldo. E faço isso por entender, que o momento exige, sobretudo, do cristão, uma postura coerente. Neste sentido, o texto em questão, parece ignorar a coerência e priorizar a conveniência. Não pretendo analisar as preferencias pessoais do senhor bispo, embora em algum momento elas possam surgir naturalmente, vou deter-me exclusivamente ao conteúdo do artigo.
 
ESCOLHA ERRADA
 
Logo no primeiro paragrafo, Dom Reginaldo ressalta que a “desinformação” dos eleitores, e por consequência, a falta de análise crítica dos candidatos e de seus partidos, podem levar o eleitor a fazer escolhas erradas. E continua no segundo paragrafo: “Muitos candidatos vendem uma imagem que não corresponde à sua identidade real, à função que postulam e ao tipo de gestão que a nação necessita”. Essas afirmações de Dom Reginaldo, traduzem em parte a realidade, sobretudo, quando consideramos a parcela que inclui o povo mais humilde do País. No mesmo paragrafo, ele afirma: “O debate com a participação direta dos eleitores é raro”. Essa afirmação pode ser analisada ao menos de duas formas: se ele se refere ao debate na TV, em parte tem razão. Agora, se ele está fazendo referência as campanhas de rua e nas redes sociais, é necessário pisar o pé no chão da realidade e admitir que o engajamento das pessoas nesta eleição alcançou uma marca nunca vista na história do Brasil. E pra fazer justiça, ainda vale ressaltar – todo esse engajamento não possui um mínimo incentivo da “grade mídia”.
 
DESINFORMAÇÃO
 
Transcrevo o terceiro paragrafo na íntegra para facilitar a compreensão do leitor: “São escandalosas as posturas alienadas de muitos cristãos e as adesões a um candidato à presidência que dissemina violência, ódio, racismo, homofobia e preconceito contra mulheres e pobres. Ele utiliza falsamente as temáticas do aborto, gênero, família e ética; faz apologia à tortura, à pena de morte e ao armamentismo; e é réu por injúria e incitação ao crime de estupro”. A primeira parte deste paragrafo realça os clichês que a “grande mídia” publica diuturnamente, simplesmente para queimar a imagem de um político ao qual não se pode chamar de corrupto. Na segunda parte do paragrafo, o senhor bispo omite as personalidades politicas que são favoráveis à descriminalização do aborto, a promoção da ideologia de gênero, a desconstrução da família natural e a indiferença com a ética. Se não bastasse, ainda propaga uma série de fake News ao imputar a um candidato “apologia à tortura, à pena de morte e a incitação ao crime de estupro”. Cada uma dessas acusações, apresentadas fora de contexto, é, sem dúvida alguma, a evidência de um grande esforço em promover a desinformação junto ao povo brasileiro.
 
BLASFÊMIA
 
No quarto paragrafo, Dom Reginaldo adverte para o fato que a Bíblia censura o uso do “nome de Deus em vão”. Ele cita os Livros de Êxodo 20,7 e da Sabedoria 1,9. O senhor bispo, por alguma razão, omitiu as declarações de um ex-presidente da republica, que hoje se encontra preso em Curitiba e que é o principal cabo eleitoral da esquerda, que em alguns dos seus discursos assim se expressou literalmente: “nós precisamos mostrar para o empresário, que é melhor ter um cinema do que ele vender a sala a uma igreja qualquer”; “se eu pudesse destacar uma imagem das facadas que eu tomei, e eu pudesse tirar a camisa, o meu corpo estava mais estraçalhado do que o de Jesus Cristo depois de tantas chibatadas que ele tomou”; “Acho que, só ganha de mim aqui no Brasil, Jesus Cristo. Só!”. Por fim, em depoimento a Lava Jato, ao ser indagado sobre os atos de corrupção, o ex-presidente se manifestou nesses termos: “Doutor, se o senhor soubesse quanta gente usa meu nome em vão... de vez em quando, eu fico pensando pras pessoas lerem a Bíblia, pra não usar tanto o meu nome em vão”. Caro leitor, peço que não se convença do que escrevi neste paragrafo, faça uma pesquisa sobre as declarações citadas, e verifique se elas possuem alguma coerência com o contexto em que foram feitas. Se você é cristão, ou, ao menos diz ser cristão, certamente encontrará uma resposta satisfatória.
 
CARTILHA X FOLHETO
 
A partir do quinto paragrafo, Dom Reginaldo faz uma breve exposição de uma Cartilha publicada pela CNBB, que trata das eleições deste ano. Ele explica que “por meio dessa cartilha, a CNBB chama a atenção para a importância da convivência democrática, do respeito ao próximo, do pluralismo sadio e do debate político sereno”. De acordo com o senhor bispo, a Diocese de Jales, guiada pela Cartilha publicada pela CNBB, lançou um folheto que exorta os eleitores a “uma participação mais consciente e responsável nas eleições”. Bom, estas explicações a respeito da cartilha e do folheto parecem sensatas num primeiro momento, no entanto, quando avançamos para os parágrafos seguintes, surgem afirmações que merecem esclarecimentos.  No sétimo paragrafo, o senhor bispo revela que o folheto produzido pela Diocese de Jales “apresenta critérios para a escolha de bons candidatos”. E afirma: “os bons políticos são conhecidos especialmente por seus compromissos com a classe trabalhadora”. E reafirma no oitavo paragrafo: “o eleitor deve conhecer bem seu histórico de vida e seu programa de trabalho, e ver se tem lutado em favor dos trabalhadores e do bem comum”.
 
CRITÉRIOS
 
Os critérios apresentados pelo senhor bispo tem sua importância no cenário politico brasileiro. Mas, limitar o campo de visão do eleitor, apresentando como critério de escolha de um candidato, apenas a luta em favor dos trabalhadores, é, sem dúvida alguma, relativizar as inúmeras questões de ordem ideológica que afetam diretamente o segundo critério, ao qual ele se refere – a promoção do bem comum. Por outro lado, é impossível promover o bem comum, quando é exaltado o antagonismo entre: negros e brancos, ricos e pobres, empregadores e empregados, homens e mulheres, sulistas e nordestinos etc. No último paragrafo do artigo Dom Reginaldo faz a seguinte exortação: “o destino saudável do Brasil depende de nossa opção em defesa do que é verdadeiramente justo”. E conclui com a ideia de que a única proposta politica aceitável no momento, é a que favorece: “a classe trabalhadora”. Assim, não fica difícil identificar o projeto político, que a meu ver, faz a Pseudo defesa dos trabalhadores, com um simples propósito, usa-los como massa de manobra para a promoção de uma agremiação política que deveria ser chamada de partido dos traidores.
 
OMISSÃO
 
No artigo intitulado “votar com lucidez”, o senhor bispo, por alguma razão, omitiu, a estreita relação dos grupos que dizem defender os trabalhadores, com uma organização internacional chamada Foro de São Paulo, criada em 1990, que abriga, por exemplo: a ditadura Cubana, a ditadura Venezuelana, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – FARC, etc. Quem foram os fundadores do Foro de São Paulo? Que marcas essa organização criminosa imprimiu na história e na vida do povo da América Latina? Bom, o artigo de Dom Reginaldo, não faz nenhuma indicação a este respeito. O senhor bispo, omitiu ainda, a referência ao candidato do kit gay, ao candidato que prega “o fim da moral católica”, ao candidato que mexeu na “merenda das crianças”, a candidata que promete “plebiscito para decidir sobre a legalização do aborto”, ao candidato dos banqueiros, ao candidato comprometido com a agenda 2030 da ONU, enfim, foram omitidos todos os demais projetos políticos e suas relações duvidosas.
 
CONCLUSÃO
 
Ao final desta publicação, reitero, mesmo não o conhecendo, o meu profundo respeito ao bispo Dom Reginaldo Andrietta, embora, discorde frontalmente de muito do que foi dito em seu artigo e também lamento as omissões. Sou encantado com as ações da Igreja Católica em favor dos pobres e excluídos, agora, quando algumas dessas iniciativas ganham tonalidades ideológicas, como a Teologia da Libertação, as Comunidades Eclesiais de Base e as manifestações político partidárias de padres e bispos, considerando apenas a parte que lhe interessa, diante do caos que vivemos no Brasil, aí, é preciso admitir a necessidade de ligar o sinal de alerta. Eu entendo que cabe em primeiro lugar ao clero, a árdua missão de defender a verdade independente de qual pessoa, grupo, instituição ou partido político a pratique. Por outro lado, também cabe em primeiro lugar ao clero, a árdua missão de denunciar todas as pessoas, grupos, instituições ou partidos políticos que relativizam a verdade.
 
Na busca pela verdade, volto aos critérios para a escolha de um parlamentar que expresse com a própria vida a intenção de trabalhar pela promoção do bem comum. Esses critérios são necessários desde a escolha do vereador ao do presidente da republica. Para Dom Henrique Soares da Costa, bispo de Palmares em Pernambuco, o eleitor deve ficar atento e considerar neste momento os seguintes critérios: “escolher um candidato que tenha capacidade de diálogo; um candidato que não defenda a agenda do politicamente correto, que inclui o aborto, eutanásia, ideologia de gênero, um estado laicista, e a agenda da corrupção”. De acordo com Dom Henrique Soares é necessário superar a máxima “rouba, mais faz”! E como consequência reconhecer, que é inaceitável “adotar um bandido de estimação”. A meu ver, as palavras de Dom Henrique Soares, apontam para uma solução necessária, que é o enfrentamento ideológico, causa originária de todas as mazelas que constatamos em nossos dias, no Brasil.
 
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Daniel Jorge
Enviado por Daniel Jorge em 30/09/2018
Alterado em 02/10/2018
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